segunda-feira, 11 de maio de 2009

A pedidos de muitos vou postar em breve a continuação de meu ultimo conto.


Obrigada.
Meu corpo é uma gaiola que impede minha alma de dançar,
de dançar as melodias do coração.
Meu corpo é uma gaiola que impede a minha alma de voar,
de voar para a imensidão do ar.
Meu corpo é uma gaiola, da qual a razão segura a chave e não quer me libertar.

terça-feira, 7 de abril de 2009

PERSONAGEM III
A boneca de porcelana.
Era essa a coisa que mais esperava durante a noite, ficava na sacada fumando meu Shelton e tomando minha xícara de café preto ansioso até que ela passasse.
Com aquele cabelo vermelho que mais parecia um cetim, aquela pele branca como uma folha de papel, o jeito engraçado de andar e seus fones de ouvido, sempre tão colorida que parecia tomar um acido antes de se vestir.
Quando ela passava meu coração começava palpitar, tinha um jeito tão divertido de atravessar a rua, sempre pisando na faixa de pedestres como aquela capa de um cd dos Beatles, carregando sua bolsa, seu caderno e alguns livros.
Era misteriosamente linda, com seus óculos de armação grande e seu cigarro esfumaçando sua pequena face. Parecia tão fragil com seus braços pequenos e suas pernas fininhas, uma boneca de porcelana rarissima da qual qualquer colecionador daria sua vida para obte-la.
Ela passava todos os dias, era incrivel como podia perceber seu estado de espirito, quando ela estava triste a lua e as estrelas também ficavam, quando estava feliz as luzes tomavam conta de seu magricelo corpo em uma gigante explosão - da qual poderia ser comparada ao big-bang - em dias de chuva as gotas pareciam fazer questão de molhar algumas partes de seu corpo, até a chuva a contemplava, imagino como seria belo ve-la em um dia de sol, apesar de ter certeza de que nada poderia brilhar mais que ela, nem o astro rei seria pareo para sua beleza.
Um dia quem sabe crie coragem e declare todo o amor e o zelo que tenho por essa imagem que invade todas as noites o meu sono, que torna as minhas noites mais sombrias em um belo conto de fadas.
Inevitalvelmente essencial, minha nova razão para viver!
FIM.

domingo, 5 de abril de 2009

Nessa cidade onde nada (ou quase nada) acontece sempre procuramos o que fazer não é? Pelo menos eu não via nada acontecer. Disse bem não via, depois de me cansar de assistir os noticiários que só sabem ridicularizar todas as coisas medíocres que acontecem ao nosso redor (que por sinal não merecem muita atenção), comecei criar hábitos mais saudáveis como, ficar apoiado no parapeito da janela do meu apartamento esperando alguma coisa acontecer.
Quase nada que acontecia era muito importante, mas mesmo assim eu continuava esperando, esperando, esperando... Sim, eu esperei por muito tempo até encontrar uma coisa que realmente merecesse a minha atenção, e como não chamar atenção com aquele cabelo vermelho que mais parecia um cetim, aquela pele branca como uma folha de papel, o jeito engraçado de andar e seus fones de ouvido, ah como eu gostaria de saber que música tocava seus ouvidos, enfim, essa é apenas uma pequena introdução ao que eu quero chegar, antes vou enrolar um pouco com algumas outras coisas que vi.
Morava em um apartamento (como havia dito no começo) no 3º andar no centro da cidade, minha janela tinha uma vista incrível da pequena cidade, sua grande Catedral iluminada e seus fiéis entrando e saindo o tempo todo, um posto de gasolina com automóveis entrando e saindo o tempo todo, um hospital com pessoas entrando e nem sempre saindo (pelo menos vivas) o tempo todo e por fim, mas não menos importante uma faculdade com pessoas e automóveis entrando e saindo o tempo todo.
Como de costume depois de acabar o programa de culinária, me colocava a postos na minha “guarita” e ficava observando as pessoas que passavam pela rua. Alguns casais discutindo relação, alguns garis limpando as bitucas de cigarro que se suicidavam das mãos das pessoas, alguns cães, algumas velhas fofocando e muitos jovens dos mais diferentes tipos passavam por baixo da minha janela. Enquanto os dias se passavam e as pessoas (se) passavam comecei a reconhecer e fantasiar histórias sobre algumas delas.
PERSONAGEM I
A velha beata e seu guarda-chuva.
Toda noite por volta das 22h45min uma velha de cabelos emaranhados em um coque passava com seus passos miúdos, com uma sacola em uma das mãos e um guarda-chuva na outra. Podia não estar chovendo mais ela sempre estava com seu guarda-chuva, imaginei que ela fosse uma pessoa precavida, pronta para o que der e vier, sabe Deus o que ela carregava dentro daquela sacola. Talvez uma arma, pra ser mais exato uma metralhadora.
Sempre com uma expressão de quem comeu e não gostou, ela passava rezando um terço, parecia mais que ela estava em uma procissão do que a caminho para sua casa,que por sinal me parecia que cheirava à mofo, e lá estava seu marido sentado em uma cadeira de balanço com seu radinho escutando alguma coisa sobre política ou até mesmo uma radio-novela, esperando para que pudesse contar as novidades como o aumento do salário mínimo, as greves dos funcionários públicos e a ultima do casal protagonista da novela.
Eu sabia que ela estava saindo da missa, pois eles costumavam bater o sino às 22h40min e da igreja a minha casa levavam 5 minutos para chegar. Era incrível mais ela não faltava um dia, sempre com sua saia até os tornozelos, seu casaco de tricô (que provavelmente ela mesma fez) e seu guarda-chuva que por algumas vezes serviu de apoio pra ela subir o meio fio.
Agora entendo a real intenção de carregar um guarda-chuva mesmo em noites estreladas, a vergonha de admitir que ela precisasse de uma bengala.
PERSONAGEM II
O homem e a bicicleta.
Nunca soube distinguir quem levava o que, se era o homem quem guiava a bicicleta ou era a bicicleta que já havia decorado o caminho a percorrer. Ele sempre estava tão bêbado, com sua cara vermelha, seu paletó batido e sua barba por fazer. Parecia que ele não tinha muito que fazer, imagino que depois de sair do seu trabalho ele para no primeiro boteco e começa encher a cara, compra alguns doces para levar para as crianças pra compensar os gritos depois da bebedeira e as surras na sua mulher. Tinha uma cara de marceneiro, sempre estava empoeirado e com um saco na garupa que eu deduzo que seja de serragem e cavacos de madeira.
Passava sempre cantando, por vezes não entendia o que ele cantava mais depois de certo tempo concluí que fosse uma música do Fagner, aquela que é mais ou menos assim “Quem dera ser um peixe...” parecia sempre estar tão feliz.
De certo modo me apeguei a sua imagem, mais não tanto quanto a da terceira e ultima personagem, ela sim me fez fantasiar muitas coisas, muitas coisas... E que coisas.

Continua

domingo, 22 de março de 2009

Evolução e revolução de uma alma.

As vezes sentimos coisas que não sabemos explicar, nos deparamos com uma realidade que é nossa, embora muitas vezes não saibamos como lidar com ela.
No começo parece tudo uma grande confusão, um turbilhão de informações chegando e a deficuldade de assimilar as coisas é muito grande, mas aos poucos tudo vai se colocando no lugar e você começa entender quão grande é o seu “ser” e como as coisas são mais bonitas quando entendemos a sua essencia.
Sentir o próprio corpo como minusculas particulas subatômicas é a melhor coisa que pode ser vivida, o poder e a gratificação de sentir a grande presença da natureza correndo em minhas veias, o pulsar do meu coração e o grande pesar de fazer parte dessa população que só faz destruir a coisa mais bela e grandiosa que nos foi confiada com um filho, que por sinal não soubemos como cuidar dele.

O sentimento de estar suprindo uma necessidade da qual nem sabia da existência, a necessidade da alma, a busca de uma coisa que até então era desconhecida.

Senti o peito saculejar em espasmo e as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, chorando feito uma criança e sem saber o motivo certo para ter desencadeado essa reação, mas não foi preciso entender esse momento e sim vive-lo, não sei quanto tempo durou e assim que acabou senti uma grande alegria tomando conta de mim e logo me vi em uma grande explosão de cores, uma mais viva que a outra, era como seu eu pudesse unir-me a elas e dançar num ritmo encantador.

Enfim, muitas coisas ainda não consigo explicar, talvez leve um tempo para entende-las.

Em busca de um processo evolutivo, sei que não tem mais como escapar já faz parte da minha vida.

Obrigada.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Você não consegue esconder por muito tempo quem você é
Você não consegue entender por que você é tão vazio
Não importa o quanto achem que você é louco
Isso não importa

Os medicamentos que você usa
Não o faz ser menos insano
Tudo continua igual
Uma caixa quebrada

Ai está você
Vivendo até morrer
Pode fazer isso de novo?
Consertar as rachaduras no topo do seu pensamento

Você é seu único segredo
Mais o que quer que faça nunca conte a ninguém...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

... E então na última vez que o vi estava corretamente insana, por conta do vinho que havia tomado e das drogas que havia usado, não era a maneira certa para pedir uma chance.
Com suas mãos em meus ombros, um movimento sem sentido.
Oferece-me então um abraço amigo enquanto olhávamos através da janela, uma bela noite, a brisa leve e inebriante beijava teu rosto como eu gostaria de ter beijado. Era aproximadamente 06h AM me beijou e acenou, embarcou no carro enquanto eu fugia para não ver você desaparecer.